"Nascido em 26 de maio de 1930, Severino Dias de Oliveira foi o segundo dos três filhos albinos de Zé Tió e Dona Bidu. Eram, ao todo, oito irmãos. A família de lavradores possuía um pequeno talho de terra, de onde retirava os recursos para a sobrevivência. (...)
O menino já presentia que, tendo nascido num lugar onde as possibilidades de trabalho se restringiam ao cultivo da terra, à produção de calçados ou ao comércio local, teria de lutar, num futuro próximo, como todo sertanejo, pela sobrevivência. Aos nove anos, porém, as incertezas se diluíram. Foi quando o pai trouxe, de uma feira de mangaio, uma precária sanfoninha de dois baixos, de fabricação alemã. Era uma terça-feira, dia de Santo Antonio, 13 de junho de 1939".
Esse é um trecho do livro "Sivuca e a Música do Recife" de autoria de Flavia Barreto (filha de Sivuca) e Fernando Gasparini.
Fernando é jornalista, mestre em Comunicação e doutorando em Educação pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
O livro foi lançado em 2010 e conta a história da chegada e permanência de Sivuca na cidade do Recife, e de toda a influência que o sanfoneiro teve da música pernambucana.
No mês que Sivuca completaria 90 anos, conversei com Fernando sobre a pesquisa do livro e as histórias que ele nos traz desse grande mestre do acordeom.